Releitura da clássica lenda de Tarzan, na qual um pequeno garoto órfão é criado na selva, e mais tarde tenta se adaptar à vida entre os humanos. Na década de 30, Tarzan, aclimatado à vida em Londres em conjunto com sua esposa Jane, é chamado para retornar à selva onde passou a maior parte da sua vida onde servirá como um emissário do Parlamento Britânico.
Algumas histórias serão sempre recontadas: detalhes serão adicionados, personagens serão revisitados, tramas serão engendradas, mas o cerne será mantido. Até porque não dá pra fugir de uma lenda com o peso de Tarzan (se nunca te falaram, significa ‘pele branca’): um herdeiro da aristocracia inglesa que é criado por símios após a morte de seus pais na selva africana. Essa é a premissa da história de Rômulo e Remo, e também de Mogli, todos criados por lobos, o que faz com que a lenda de Tarzan não seja totalmente única. Ainda assim, traz um grande número de filmes e livros enaltecendo algo bastante primordial: um herói que mostra respeito à natureza dos animais.
E esse novo Tarzan não é diferente. Os animais aqui são coadjuvantes: obrigado aos leões, macacos, avestruzes, elefantes, hipopótamos, búfalos, por fazerem dessa nova aventura um filme bem mais interessante. Claro que os efeitos especiais são um capítulo à parte, e talvez até, vez-ou-outra, excessivos. Porém, há quem defenda o ponto de que a entrega do personagem à selva, seus cipós e perigos constantes, não seria crível e completa sem os efeitos especiais.
Oito anos se passaram desde que John Clayton III (Alexander Skarsgard), também conhecido como Lord Greystoke – e também conhecido em todo o mundo como Tarzan – última colocar o pé no Congo como A Lenda de Tarzan abre. Embora criados em estado selvagem pelos mesmos animais que ajudou a matar seus pais, Clayton retirou-se para Londres, onde ele e sua esposa, Jane (Margot Robbie), viver como aristocratas em Greystoke Manor. Mas Tarzan precisa retornar, e sobre a reunião com o ex-membro da tribo Africano eles usaram a considerar a família, John Clayton e Jane são recebidos com a mais calorosa, “Bem vindo à casa!”
A Lenda de Tarzan faz um caminho extremamente interessante: o longa não é uma jornada do herói, mas sim um retorno a este posto. Tarzan (Alexander Skarsgard) é retratado como um homem que quer se livrar das lendas e das histórias que o cercam, alguém que quer ser reconhecido por atos que possam ser feitos trajando terno e gravata. Assim o que se vê na tela é uma jornada de retorno a essa condição de herói, a essa dimensão de lenda.
Tarzan volta ao Congo no que seria uma missão diplomática, mas na verdade se trata de um plano do vilão Leon Rom que pretende trocar o herói por pedras preciosas a fim de enriquecer, negociando com o líder de uma tribo local. Tarzan vê sua esposa e seu povo ameaçados, John volta a ser Tarzan, o homem volta a ser um mito, não há forma alguma de abdicar característica tão homérica como esta. Em um momento do filme, Jane (Margot Robbie) solta um grito de ódio/desespero quando um gorila sofre um tiro de um homem, o berro da personagem ecoa pela floresta e atinge os ouvidos de Tarzan, o momento é apoteótico e representa perfeitamente que o personagem assume, assim como o filme, que aquele não é um ser humano, mas sim um herói, quase um semideus, alguém que está acima de homens e animais, e entender essa condição totalmente heroica faz parte do deleite deste A Lenda de Tarzan.
Jane neste filme é apresentada como uma personagem que, assim como Tarzan, cresceu naquela região; enquanto ele fora criado pelos gorilas no meio da mata, ela viveu no meio de uma tribo nativa enquanto seu pai dava aulas nos locais. Outro que traz essa consciência da exploração é Willams (Samuel L. Jackson), um americano que participou da sangrenta expansão ao Oeste na América do Norte e que busca nesse auxílio à missão de Tarzan sua própria redenção. No momento mais marcante do longa, e talvez de 2016, o herói lidera uma resistência que a fauna e as tribos locais expulsam aqueles exploradores da região, uma manda comanda por nativos que destrói a cidade feita pelos Belgas e une um país, o ato mais heroico é também um reparo histórico através do cinema.
Os cenários foram de tirar o fôlego. Muitas cenas foram filmadas lá na África, então te dá aquela sensação de cenário real, de ver coisas que realmente existem, diferente da computação gráfica - por melhor que seja, ela sempre vai deixar aquele sentimento de "tem uma tela verde aí por trás". A fotografia estava uma coisa impecável também; os flashbacks mais sombrios em relação à tragédia dos pais do Tarzan e também quando as cenas aconteciam em Londres, e então toda a cor e a vida do Congo durante a infância do Tarzan e o seu retorno para visitar sua antiga casa. A cultura africana também se fez muito presente, o contraste rico com as sombras que o homem branco levaram até o continente.
Eu achei que ia ficar muito incomodada com a situação "donzela em perigo" da Jane durante parte do filme - que o trailer deixa claro que vai acontecer - mas não, não foi incômodo, porque ela nunca esteve em perigo, e muito menos se portou como uma donzela precisando de ajuda. A força dessa mulher! A postura e a determinação e a coragem sem limites. Ela e o Tarzan são duas almas bravas e dois espíritos livres. Um amor quieto, que não precisa de muitas palavras pra ser real, porque ele está ali e você está assistindo ele!
Outros dois destaques do filme foram para o Christopher Waltz e para o Samuel L. Jackson. O primeiro interpreta o lorde à mando do rei, o filho da mãe que está tentando ferrar com tudo colocando a Jane, o Tarzan e todos os outros em perigo. As motivações dele foram egoístas, mas a atuação do Christopher foi tão magistral que te fizeram acreditar que ele realmente quis aquilo durante toda a vida dele. Que toda a sua existência tinha sido dedicada àquele momento.
Já o George, interpretado pelo Samuel L. Jackson, foi um alívio cômico forte e importante para a história. Ele tinha um motivo honroso para estar ali na África com o Tarzan, um motivo nobre para insistir tanto em seguir em frente, correndo pela savana para ajudar o rei da selva. Apesar das pontadas de humor - que, diga-se de passagem, foram hilárias e bem colocadas no roteiro - George era um dos mais bem guiados naquela aventura, e eu adorei todo o seu arco, principalmente o bromance que ele criou com o Tarzan.
Enfim, ah quem goste e não goste do filme, no começo eu achei meio parado, confesso, mas depois o filme com certeza conseguiu me prender rs, acho que vale a pena arriscar e ir assisti-lo! E você? Gostou ou vai assistir? Me conte ai nos comentários ;)
Obrigado pela dica de cinema. A Lenda de Tarzan foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. Mais que filme de ação, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. É um dos trabalhos da Djimon Hounsou filmografia que mais gostei até agora. Na verdade não sou muito fã do seu trabalho, mas nesse filme me surpreendeu. Realmente vale a pena todo o trabalho que todo o elenco fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. O filme superou as minhas expectativas, realmente o recomendo. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver.
Obrigado pela dica de cinema. A Lenda de Tarzan foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. Mais que filme de ação, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. É um dos trabalhos da Djimon Hounsou filmografia que mais gostei até agora. Na verdade não sou muito fã do seu trabalho, mas nesse filme me surpreendeu. Realmente vale a pena todo o trabalho que todo o elenco fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. O filme superou as minhas expectativas, realmente o recomendo. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver.
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