A Netflix é capaz de tanta originalidade que chega a surpreender com a qualidade, a inovação e a criatividade das séries originais que vem desenvolvendo. Uma das mais recentes novidades disponíveis no sistema de streaming, desde 31 de outubro, é o seriado Chewing Gum, isso mesmo, goma de mascar! rs
A série aborda as atribulações da vida de Tracey (Michaela Coel), uma jovem cristã de 24 anos que deseja perder a virgindade com o noivo, Ronald (John McMillan), um religioso fervoroso, contrário a qualquer envolvimento íntimo dos dois antes do casamento. Tracey então procura aprender umas dicas de sedução com sua amiga Candice (Danielle Walters), que é mais madura e experiente em assuntos sexuais, além da sua avó, Esther (Maggie Steed), que é bastante liberal e sem pudores para falar sobre sexualidade e tudo o que lhe der na telha. (Já conquistou muitos pontos com essas personagens! rs).
Assim, contrariando a educação cristã recebida de sua mãe (Shola Adewusi) e a vigilância constante da irmã Cynthia (Susie Wokoma), ambas evangélicas militantes, Tracey tenta convencer o noivo a ceder aos seus encantos femininos (em 6 anos de namoro ainda não rolou nem um beijo sequer!), enquanto trabalha numa loja de conveniência e conhece o poeta avoado Connor (Robert Lonsdale), que traz um novo significado à sua vida na agitada Londres.
Já ficou com vontade de assistir!? Então veja só estes 5 motivos para acompanhar o seriado:
1. Irreverente, morto de engraçado!
2. Elenco talentoso!
Quando comecei a assistir ao seriado Chewing Gum, desconfiei de que eu já tinha visto a Tracey em algum lugar, e me lembrei da atendente do aeroporto [ophidia detected] que despachou a Lacie rumo à decadência social, noutra série mind-blowing da Netflix, Black Mirror. E nessa curtíssima aparição, Michaela Coel já chama a atenção por seu desempenho expressivo. O fato é que a jovem atriz é um talento, e consegue mostrar todo o seu potencial em Chewing Gum, série baseada num monólogo que ela própria escreveu e no qual atuou em 2012. Além dela, os outros atores também dão show; Robert Lonsdale, que interpreta o poeta gentil e distraído que se apaixona por Tracey, John McMillan, no papel do namorado de modos afetados, arrogante e machista, porém com atuação cativante. Cynthia (Susie Wokoma) é uma das personagens mais engraçadas da série, pois não quer nada da vida, apenas envelhecer junto com sua mãe e irmã, jogar ludo para sempre e se manter afastada das tentações do diabo.
3. Polêmica!
Muito além dos tabus. A melhor qualidade de CG é a variedade de temas polêmicos que a série aborda; como religião, sexualidade, questões étnico-raciais, machismo, desigualdade social, dependência química, e muitos outros temas delicados que o seriado trata. Tracey é uma protagonista negra, que apesar de alguns traços estereotipados de mocinha atrapalhada e ingênua, percebe os problemas sociais que enfrenta, por ser mulher, negra e viver na periferia de Londres. Além disso, as relações no âmbito familiar são abaladas, quando Tracey decide se afastar dos princípios religiosos de sua família para descobrir os segredos do sexo. É aí que a série explora diversos tabus, como BDSM, ménage com um “unicórnio”, facesitting, e outras práticas não convencionais. Todos os temas recebem um tratamento bastante esclarecido, despudorado e, claro, com muito humor.
4. Episódios curtos
Pelo próprio formato da série, que é uma sitcom (“comédia de situação”), os episódios duram em torno de 20 minutos, e você nem percebe o tempo passando. As piadas são ótimas, com um bom timing, a história avança e a cada episódio podemos perceber a evolução das personagens. Enfim, a primeira temporada possui 6 episódios super divertidos, que dá para assistir bem rápido. (Vi a série em um dia. Haha.) Ou seja, é mais uma sitcom que vale a pena inserir no seu currículo de séries assistidas. E já foi renovada para a 2ª temporada!
5. Imprevisível
Outro ponto positivo da série é que as personagens são complexas e imprevisíveis, tomando atitudes inusitadas em momentos inesperados. Dessa forma, a tensão aumenta a expectativa com relação às decisões das personagens, além de promover a fuga de clichês românticos, vitimistas ou machistas. Só não vou revelar mais detalhes para não soltar nenhum spoiler, mas se você assistir à série vai poder constatar por si mesmo.
E lá já se foi os 5 motivos que elenquei para assistir a essa série divertidíssima, confesso que chorei de rir pelo menos uma vez por episódio (na verdade enquanto escrevo essa resenha, me lembro de passagens da série e paro de escrever para poder rir), de tão bem que Michaela Coel interpreta Tracey. E o mais legal é que ela produz e escreve a série! Os personagens secundários são ótimos e complexos na medida certa para uma série de comédia, todo mundo é engraçado à sua própria maneira e as situações que acontecem são bem reais no contexto britânico. O fato de Tracey se comunicar com o espectador só faz com que a série se torne mais engraçada. Enfim, super hiper mega recomendo Chewing Gum para quem está querendo risos garantidos e procurando uma nova série para assistir.
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