Sinopse:
A tímida Vee DeMarco (Emma Roberts) é uma garota comum, prestes a sair do ensino médio e sonhando em ir para a faculdade. Após uma discussão com sua até então amiga Sydney (Emily Meade), ela resolve provar que tem atitude e decide se inscrever no Nerve, um jogo online onde as pessoas precisam executar tarefas ordenadas pelos próprios participantes. O Nerve é dividido entre observadores e jogadores, sendo que os primeiros decidem as tarefas a serem realizadas e os demais as executam (ou não). Logo em seu primeiro desafio Vee conhece Ian (Dave Franco), um jogador de passado obscuro. Juntos, eles logo caem nas graças dos observadores, que passam a enviar cada vez mais tarefas para o casal em potencial.
Em uma época em que estamos aficionados às redes sociais e aos jogos onlines (como Pokémon Go), o filme Nerve – Um Jogo Sem Regras, dirigido por Ariel Schulman e Henry Joost, vem a calhar. Baseado no livro de Jeanne Ryan, o filme traz à tona Nerve, um jogo que dominou a cidade de Nova York com o objetivo de brincar de “verdade ou desafio”.
Você é um Jogador ou um Observador? Faça as suas missões. Ganhe dinheiro. Fique famoso. O quão longe as pessoas podem ir pela glória e fama? Nerve proporciona isso para os jogadores, um jogo secreto que rouba toda sua privacidade em troca de você ser observado e cumprir o que as pessoas gostariam de ver o que você fizesse. O quão cínico e perigoso isso pode ser? Nerve é um suspense teen que é apenas isso mesmo, com uma trama incrível mas sem a profundidade que gostaríamos que tivesse. No momento em que vivemos, em que todos estão conectados, em que reality shows podem chegar perto de Nerve, mostra como nossa sociedade está próxima do que esse filme nos mostra, pessoas se arriscando pela diversão das outras, mas por glória.
A cada desafio lançado, há uma quantia em dinheiro estipulada que o jogador poderá ganhar, caso o desafio seja cumprido. Há três regras nesse jogo: se você não cumprir o desafio, você perde todo o dinheiro; se você fracassar, você é eliminado do Nerve; se você dedurar alguém ou o jogo para alguma autoridade, você sofrerá as consequências.
A trama gira em torno de Vee (Emma Roberts), aquele esteriótipo de garota tímida e talentosa que quando desafiada por seus amigos decide provar que pode viver sua vida e se arriscar, logo ela vira uma jogadora e está sendo observada e precisa se provar o tempo todo com os desafios recebidos como uma boa estrela da internet. Vee é uma adolescente certinha, que está terminando o colegial, prestes a entrar na faculdade, mas não tem coragem de ir para sua escola dos sonhos, longe da mãe (Juliette Lewis), que ainda sofre com a perda do filho mais velho. A garota, no entanto, pretende provar para os amigos que não é tão reprimida como todos pensam e aceita participar do jogo.
Seu primeiro desafio valendo $100,00 a leva para o encontro de Ian (Dave Franco) e começa o desenrolar do casal que se torna o favorito dos observadores e começam a ser desafiados juntos devido a popularidade que eles adquirirem no jogo. Como dois extremos, Ian é o cara legal, descolado e misterioso, logo uma das interrogações durante a narrativa do filme.
Outros esteriótipo desse mundo é a amiga legal e popular de Vee, Sidney (Emily Meade) que é uma jogadoras populares que começa a sentir raiva e inveja, e não podemos esquecer do amigo apaixonado Tommy (Miles Heizer) que faz seu papel como protetor e conhecedor dos segredos da internet, o nerd. Gostei dos personagens serem esteriótipos clássicos e com bom desenvolvimento na trama até seu final, isso acaba tornando mais real toda narrativa cyberpunk do filme.
Se os desafios começam “inofensivos” como o de beijar um estranho ou de cantar para alguém em um restaurante, aos poucos vão ficando mais perigosos e colocando personagens uns contra os outros. E o perigo vai aumentando.
A produção do filme foi bem feita, achei todos os detalhes bem condizentes e legais, principalmente que conseguiram dar a atmosfera de um futuro não tão longínquo do nosso presente devido toda produção com Neon em diversas cenas e nos efeitos, ou seja, tentaram deixaram New York com um toque cyberpunk e deu bastante certo com as luzes coloridas e fortes! Pensei que isso fosse ficar apenas na comunicação do filme, mas souberam estender para a produção em si: desde as luzes na moto, até nos cenários e a forma que os observadores se vestiam.
Para mostrar que todos estão conectados, o filme traz também para seu visual a interface de celulares e computadores nas cenas que os protagonistas estão interagindo com seus aparelhos em que os telespectador estaria vendo o personagem através da tela e também quando há uma visão ampla da cidade mostrando os usuários ativos à partir de seus nicks. A trilha sonora se mostra muito presente acompanhando o ritmo do filme sendo eletrônicas frenéticas com um toque de pop.
Apesar de uma trama que daria tudo para Nerve ser “filmaço” ela acaba se perdendo quando vamos chegando ao final do filme, deixando buracos que seriam extremamente incríveis para a narrativa do filme se fossem explorados do que apenas citados e dariam um baita plot twist em todas trama, a deixando mais intensa e com muito mais suspense do que apenas um final corrido.
O filme inteiro é bastante frenético devido as missões que são dadas aos Jogadores e como outras pessoas podem ter poder sobre você nesse mundo conectado, para depois de tudo o fim ser rápido apesar da boa ideia do desfecho. Basicamente, se tivessem colocado a carga emocional e psicológica certa no filme, além de maior desenvolvimento nos mistérios e críticas em seu final, Nerve seria um super episódio de Black Mirror, mas até que chegou perto, só faltou explorar com ousadia.