Daniel Atlas (Jesse Eisenberg) é o carismático líder do grupo de ilusionistas chamado The Four Horsemen. O que poucos sabem é que, enquanto encanta o público com suas mágicas sob o palco, o grupo também rouba bancos em outro continente e ainda por cima distribui a quantia roubada nas contas dos próprios espectadores. Estes crimes fazem com que o agente do FBI Dylan Hobbs (Mark Ruffalo) esteja determinado a capturá-los de qualquer jeito, ainda mais após o grupo anunciar que em breve fará seu assalto mais audacioso. Para tanto ele conta com a ajuda de Alma Vargas (Melanie Laurent), uma detetive da Interpol, e também de Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), um veterano desmistificador de mágicos que insiste que os assaltos são realizados a partir de disfarces e jogos envolvendo vídeos.
A produção começa como o típico filme de golpe com várias pessoas, como Onze Homens e um Segredo e Uma Saída de Mestre. Vamos sendo apresentados passo a passo aos personagens principais, mostrando suas virtudes e seus truques, que logo despertam a atenção de uma outra pessoa, desconhecida do espectador e dos personagens.
Daniel Atlas é um mágico já um pouco conhecido, mas que ainda vive de pequenas apresentações. Henley é sua ex-assistente, mas que hoje já caminha com as próprias pernas como mágica. Já Jack é um golpista que usa de técnicas de ilusionismo para bater carteiras pelas ruas. Resta Merritt, mentalista especializado em hipnose que não é lá muito bem visto porque é... um mentalista especializado em hipnose.
O quarteto é reunido por uma pessoa misteriosa para realizar uma série de números de mágica de grande porte. No primeiro deles, roubam um banco em Paris e entregam o dinheiro para o público, em Las Vegas. A tendência dos truques é aumentar, o que causa desespero no FBI, representado pelo agente Dylan Rhodes, que conta com a ajuda da bela Alma, uma jovem e inesperiente agente da Interpol. Em meio a tudo isso, ainda temos o milionário patrocinador do grupo, que recebe o nome de Os Quatro Cavaleiros, e o ex-mágico especializado em desvendar segredos de outros ilusionistas, Mr. M... não, é Thaddeus Bradley.
O grande mérito do longa é não se levar à sério. Não que seja mal feito ou mal acabado, mas se propõe a ser um entretenimento raso e faz isso com louvor. Resumindo, o filme é extraordinariamente ordinário. Possui atores carismáticos e papéis simples, e uma narrativa repleta de mistério, mas sem muita surpresa. Temos os golpistas, os perseguidores, as "vítimas" e o espectador, que como num bom filme do gênero, é levado a torcer pelos bandidos.
Now You See Me (título original cuja tradução literal é "agora você me vê") foi escrito à seis mãos por Ed Solomon (Homens de Preto), Boaz Yakin (Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo) e Edward Ricourt (estreante). O texto investe em clichê atrás de clichê. Temos o complexado agente, a sexy francesa, o jovem do grupo, a garota, o atrapalhado mais velho e o garoto líder da turma. Brinca com a rivalidade entre Estados Unidos e França, fazer referência às práticas secretas e pouco convencionais de J. Edgar e usa até a simples provocação como forma de convencimento.
Passando por LA, Nova Orleans e Nova York, o grupo consegue carregar bem o filme, todo construído na dinâmica de gato e rato entre eles e os agentes. A química interna em cada grupo também funciona, por mais que em alguns momentos os mágicos passem tempo de mais fora da tela.
Mesmo não se levando muito à sério, o longa comete um erro em seu último ato ao se julgar esperto demais, investindo em uma reviravolta boba e até mesmo previsível a partir de determinada parte do filme. Ainda assim, é uma obra que consegue ser bem sucedida em seu objetivo, que é divertir. É fácil imaginar a produção passando recorrentemente na TV aberta em alguns anos, até por trazer uma linguagem simples e não investir em palavrões ou sexo. Tudo é limpo e bonito. Pode incomodar aos mais exigentes, mas não deixa de ser um bom passatempo.
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