Sinopse:
Ao visitar um circo, o cientista Victor Frankenstein (James McAvoy) encontra um jovem corcunda (Daniel Radcliffe) que lá trabalha como palhaço. Após a bela Lorelei (Jessica Brown Findlay) cair do trapézio, o corcunda sem nome consegue salvar sua vida graças aos conhecimentos de anatomia humana que possui. Impressionado com o feito, Victor o resgata do circo e o leva para sua própria casa. Lá lhe dá um nome, Igor, e também uma vida que jamais sonhou, de forma que possa ajudá-lo no grande objetivo de sua vida: criar vida após a morte.
Victor Frankenstein é um excêntrico e obsessivo cientista com um talento acima da média. O estudante que dedica horas dentro de sua residência sombria parece não se encaixar nos padrões acadêmicos e principalmente os sociais, mas em uma visita ao circo ele se vê diante de uma das maiores oportunidades da sua vida. Enquanto furtava pedaços de corpos de animais mortos mantidos em cativeiro, ele conhece Igor, um palhaço que não havia conhecido em sua vida nada além de humilhação e sofrimento. O baixinho desajeitado e corcunda esconde atrás de sua maquiagem sua genialidade, e foi reprimido dentro de seu camarim que ele talhou seu talento nato para a anatomia que imediatamente chamou a atenção de Frankenstein.
O filme tem o chute inicial dominado por uma arte visual cativante, a narrativa corrida e com algumas cenas ensaiadas de ação que mostram a libertação do palhaço para o nascimento de Igor (com direito a furos de seringa centenária e muitas costelas reformadas). Aos poucos o humilhado e reprimido palhaço de circo se torna o braço direito do cientista completamente obcecado em criar vida a partir da morte.
McAvoy entrega um Frankenstein inteligente, focado e aparentemente em controle no início da produção. No entanto, pelo longa ser contado todo pelo ponto de vista de Igor, conforme o tempo passa e o ajudante convive com seu mentor, as coisas mudam e o cientista acaba se transformando em uma pessoa instável e obcecada, cegado pelo único objetivo de criar vida a qualquer custo.
Por fim, o monstro. Depois de passar por uma falha experiência com Gordon, Victor decide seguir para sua grandiosa criação: Prometeu. Com dois pares de pulmões e dois corações para conseguir aguentar a carga de energia necessária para trazê-lo à vida, o monstro não se assemelha ao da história original e não tem capacidade de pensamento. Seu visual, no entanto, é uma boa atualização da criatura mais famosa do cinema, interpretada por Boris Karloff em 1931. Ainda esverdeado, ele mantém a estrutura "quadrada" do monstro, mas tem um ar vazio que imprime falta de vida.
Com muitas cartas interessantes na manga, o filme peca particularmente em não tratar nenhum assunto até o final, deixando muitas perguntas sem respostas e muitas respostas vagas demais. Assuntos como religião versus ciência quase desabrocha, mas não possui tempo o suficiente para ser realmente aproveitado. A vontade do homem ser Deus e criar vida a partir de seu poder cientifico quase decola, mas morre na praia.
O nicho romântico do personagem é raso e fácil demais. Com pouco apelo ao tema central da história, a moça parece apenas uma bengala emocional pouco útil para o personagem, que tem seu relacionamento com Victor forte o suficiente para lhe ser fiel em todas as condições de sua loucura.
Victor Frankenstein é um filme morno que poderia ser melhor aproveitado, com boas atuações de seus personagens principais. Não se pode dizer que estes decepcionaram, mas o roteiro peca na confusão de enredo e nas poucas finalizações psicológicas importantes que acabam dando destaque a cenas de pouco proveito ao resultado final. Trilhando um caminho um tanto que distante da história original, poucas pessoas irão positivar esse novo ponto de vista sobre a história de Mary Shelley.
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